Ano XIII - 2023

Estresse dói





Chateações em casa ou no trabalho, sapos engolidos, ansiedade, violência, medo de perder o emprego, pavor de engordar, receio de não dar conta da agenda apertada... Para a maioria de nós, as emoções geradas por essas e outras preocupações fazem parte do estresse diário e têm um destino certo: a musculatura. Sem perceber, começamos a segurar o telefone com força, a apertar a mandíbula, a manter os ombros curvados e a contrair os músculos das costas. O resultado é uma dor crônica pelo corpo, fruto de anos de tensão muscular. “A rigidez causa dor, porque na área contraída a circulação do sangue fica mais difícil e a oxigenação dos tecidos é prejudicada, impedindo a eliminação de toxinas. O incômodo é pior se a tensão no local chega a comprimir os nervos”, explica Maria Thereza Bortolo, especialista em eutonia, uma técnica que melhora a consciência corporal.
Não dê as costas para a dor 
Como eliminar todas as fontes de estresse é impossível, o melhor caminho para ficar livre das dores é aprender a lidar com as pressões. “Se em vez de sufocar sentimentos como a raiva, o medo e a humilhação, passamos a aceitá-los e a expressá-los com maturidade na hora em que eles aparecem, agimos no sentido de evitar novas tensões e dores musculares e até mesmo de aliviar as antigas, que estão ‘congeladas’ e podem incomodar por anos a fio”, garante o médico e psicoterapeuta Ricardo Rego, professor e diretor do Instituto Brasileiro de Psicologia Biodinâmica, de São Paulo.
Ou seja, se você não resolve o problema na hora (foge, arruma uma válvula de escape), ele se acumula em forma de tensão no corpo. E vai fazendo mal, causando vários sintomas psicossomáticos, como a dor. “Pessoas deprimidas e ansiosas são as que mais sofrem de dores nas costas, por exemplo. Para melhorar, elas deveriam passar a acreditar mais no próprio potencial e readquirir a auto-estima”, ensina o reumatologista José Goldenberg, vice-presidente do Hospital Albert Einstein e autor do livro Coluna Ponto e Vírgula (Ed. Atheneu).
Enquanto insistimos em manter a mesma postura diante da vida, outra saída bem menos complicada é buscar o bem-estar por meio de massagens e outras técnicas de manipulação de partes do corpo. Elas, literalmente, ‘tiram com as mãos’ as dores causadas por estresse e, de quebra, induzem à produção de substâncias que podem atuar no equilíbrio emocional.
O ALÍVIO ESTÁ NAS MÃOS DE ESPECIALISTAS 
SE SUAS DORES SÃO MESMO FRUTO DO ESTRESSE — E NÃO DE UMA HÉRNIA DE DISCO OU ATÉ DE UM TUMOR NAS COSTAS, POR EXEMPLO — O VAIVÉM DAS MÃOS DE UM ESPECIALISTA QUALIFICADO, CAPAZ DE DIFERENCIAR A CAUSA DA DOR, COSTUMA SER UM EXCELENTE REMÉDIO. CONFIRA, A SEGUIR, AS MASSAGENS E TÉCNICAS MAIS INDICADAS PARA ESSES CASOS. O IDEAL É FAZER AO MENOS DEZ SESSÕES — TEMPO MÍNIMO QUE UM ORGANISMO ESTRESSADO LEVA PARA COMEÇAR A RESPONDER AO TRATAMENTO.
MASSOTERAPIA, A MASSAGEM OCIDENTAL
O que é 

O ocidente também aceita o poder da massagem, tanto que é um dos recursos utilizados por fisioterapeutas para curar e reabilitar vítimas de traumas físicos (como estiramentos musculares), para controlar a dor, melhorar a circulação sangüínea e aumentar a flexibilidade das articulações. A explicação para os benefícios do vaivém das mãos, nesse caso, remete a reações fisiológicas já comprovadas. O toque dos dedos e das mãos na pele estimulam o fluxo do sangue (permitindo mais oxigênio para os tecidos e células) e a circulação linfática (responsável pela liberação de toxinas pelo organismo). Além disso, milhões de receptores nervosos sob a pele enviam sinais para o cérebro que, por sua vez, responde com a liberação de substâncias que dão a sensação de bem-estar e aliviam as dores — como as endorfinas, verdadeiros analgésicos naturais. Por isso, ela funciona quando há dores por estresse.
Como é feita 
“Se é um problema de tensão muscular, trabalha-se a área dolorida até dissolver os nódulos resultantes de contraturas. As áreas-alvo mais afetadas pelo estresse crônico são os ombros e as costas (na parte cervical, próxima ao pescoço, e na lombar, na região final da coluna)”, explica a fisioterapeuta Marina Luiza Spinelli, do Ambulatório de Fisioterapia do HC. Também conhecida como massagem terapêutica, ela usa a aplicação de força ou vibração, de forma profunda, sobre tecidos macios do corpo (músculos, tendões, ligamentos e articulações). A massoterapia é feita com o auxílio de cremes ou óleos específicos.

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